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Bom mesmo é ir a luta com determinação, abraçar a vida com paixão, perder com classe e vencer com ousadia. Pois o triunfo pertence a quem se atreve... A vida é "muito" para ser insignificante". (Charles Chaplin)


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“.... e aprendi que se depende sempre de tanta, muita, diferente gente. Toda pessoa sempre é as marcas das lições diárias de outras tantas pessoas. E é tão bonito quando a gente entende que a gente é tanta gente onde quer que a gente vá. E tão bonito quando a gente sente que nunca está sozinho por mais que pense estar ....”

(Gonzaguinha)

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quarta-feira, 1 de agosto de 2012

BOM NA PRÁTICA? PÉSSIMO NA TEORIA



Há uma tese defendida por alguns setores da esquerda de que o grande desafio desses tempos de pós-politica é o de se construir um “capitalismo de face humana”. Essa ideia, que parece ter se disseminado após a queda do muro de Berlim, ofereceu a esquerda uma justificativa de existência e a direita uma ferramenta poderosa que consolidou de vez sua vitória na batalha ideológica do século XX.


Hoje, é mais fácil para um militante de esquerda, contaminado por um masoquismo que ainda necessita ser psicanalisado, imaginar o colapso ambiental da civilização, a destruição da vida na terra pela queda de um asteroide gigante, uma invasão de alienígenas antropófagos, um ataque de zumbis mortos vivos em shoppings ou mesmo um tsumani avassalador varrendo os grandes centros do capitalismo financeiro global a se pensar ser viável uma simples e corriqueira revoluçãozinha proletária.


A esquerda assumiu o discurso da direita na medida em que absorveu a ideia de que não é possível mudar estruturalmente o sistema, mas apenas fazer um ajustezinho ali e outro acolá para torná-lo mais jeitosinho, mais bem feitinho de corpo.


Essa postura, de uma esquerda domesticada e pragmática, foi o tônico usado pelo PT para consolidar a eleição de Lula em 2002. Era preciso mostrar que o PT estava ajustado ao discurso da esquerda pós-moderna e que não iria se aventurar a causar grandes transformações estruturais no sistema econômico.


O bordão: “vamos mudar esse país” que agitava as massas petistas no período de FHC não poderia ser outra coisa se não um aprofundamento, um ajuste de navegação na modernização e atualização do capitalismo brasileiro. O máximo que o PT poderia propor era uma mudança aqui e acolá em certas políticas sociais, uma reforminha aqui, outra ali na legislação, ou mesmo um aprofundamento do combate cultural pelos direitos das minorias étnicas, pela igualdade racial e de gênero (que não toca no cerne das contradições objetivas do sistema econômico).


Por isso, o choque que tomou conta de muita gente com a divulgação da foto de Lula nos jardins da casa de Maluf é um choque simbólico. A evidencia, para o mundo da consciência, de uma verdade recalcada que parecia ser negada pela psicologia política da militância.


O argumento pragmático de que a aliança era importante para derrotar os tucanos em São Paulo é tão ingênuo que às vezes soa como se fosse real.  Não é possível que essa desculpa seja ideológica (uma estratégia retórica para desviar a percepção de um dado objeto). Ela é tão boba que não pode ter sido pensada com o intuito de nos enganar, por isso precisamos aceita-la para mantermos nosso recalque e nossa inconsciência diante do real que a imagem nos mostra.


Mas o real daquela imagem ainda sim, mesmo com todo discurso de negação da militância, nos incomoda. Ela contém a evidencia de que a aliança entre PT-Maluf não é um erro, um desvio, mas a consequência inevitável e natural da esquerda possível que o PT representa.


Hoje, o confronto contra os DEMO-tucanos serve para encobrir o desinteresse da esquerda petista (se é que a gente ainda pode usar esse termo) em enfrentar as contradições estruturais da sociedade brasileira. Assim, é preciso inventar outra contradição para manter certo aspecto dialético poser no confronto político tupiniquim. Por isso a aliança PT-Maluf talvez até tenha sido boa na prática da politiquinha eleitoral brasileira, mas na teoria ela é um desastre.


Isso porque, por mais que se resista em verbalizar seu conteúdo recalcado ela não consegue mostrar como advogam alguns que, em tempo de pós-politica, tudo é permitido.


O que ela simbolicamente nos aponta, mesmo que não queiramos admitir, é que a esquerda possível é em última análise, a direita viável.

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