Uma verdadeira estratégia para conseguir a atenção dos alunos e dar mais sentido aos conteúdos ensinados na escola. Assim é a multidisciplinariedade, quando são trabalhadas várias disciplinas de maneira relacionada. Características que podem ser consideradas aliadas poderosas para garantir um aprendizado mais efetivo com diferentes perfis de alunos. “Trabalhar com interdisciplinariedade é fundamental, principalmente para os alunos que tem dificuldade de aprendizado. Se o estudante não aprende da maneira tradicional é preciso recorrer a outros métodos”, afirma a psicopedagoga Walkíria Garcia, especialista na área.
Essa forma de ensinar fica ainda mais interessante quando esse trabalho é exposto pelos alunos para os familiares, amigos e até para a comunidade.
Afinal, o estudante se sente estimulado em mostrar o que aprendeu para outras pessoas, se dedica para fazer algo bem feito e acaba aprendendo de uma forma bem mais razerosa. A escola Pé de Moleque Maxxi Educacional, em Lagoa Santa, região metropolitana de Belo Horizonte, mostra todos os trabalhos multidisciplinares de seus alunos do Infantil ao Fundamental em dois eventos abertos ao público: a Entrelivros (entre outubro e novembro), que envolve literatura, inglês, espanhol, artes e ciências humanas; e a ETC, Encontro de Ciências e Tecnologia, (junho), onde os alunos organizam oficinas para serem realizadas com os pais e familiares envolvendo conteúdos de matemática e ciências naturais, fazendo uso, sempre que possível das tecnologias disponíveis na escola.De acordo com a psicopedagoga Walkíria Garcia, que atende alunos com dificuldade de aprendizagem do Maxxi, quando os eventos multidisciplinares se aproximam os estudantes ficam mais empolgados. “Sempre que o ETC ou a Entrelivros acontece eles comentam bastante. Ficam entusiasmados e cheios de expectativas”, diz a especialista. “Estes eventos contextualizam e dão significado aos vários projetos de trabalhos realizados durante o ano. Nenhum projeto é desenvolvido somente para mostrar nesses eventos. Mas, ao saber que os projetos que estão desenvolvendo em sala podem fazer parte desses eventos, tudo ganha um significado maior. Os alunos conseguem vislumbrar objetivos mais práticos e próximos à realidade deles”, conta a diretora da escola, Cristina Detomi.
Alunos abertos a ensinar e a aprender
A Entrelivros, um dos eventos mais importantes deste calendário multidisciplinar, surgiu juntamente com a escola, há 25 anos. E ganha mais importância por movimentar a área cultural da cidade, trazendo uma feira de livros e apresentações de música, teatro e dança abertas ao público (como Giramundo e Maurício Tizumba). Hoje, o evento reúne trabalhos do ensino Infantil e Fundamental, e acontece durante um final de semana.
Já o Encontro de Tecnologia e Ciências (ETC), começou a ser realizado há cinco anos, e reúne os trabalhos dos alunos do 5º ao 9º ano, dedicados a atividades multidisciplinares que envolvem pesquisa e trabalho em conjunto com os pais. No evento, os próprios estudantes ministram oficinas para os pais, aplicando seus conhecimentos adquiridos em matemática, ciências (física, química, biologia) e ecologia sustentável. Por fim, se criam equipes e o aprendizado acontece em mão dupla, dos filhos para os pais e dos pais para os filhos.
“Em termos práticos, os resultados vão além da busca e da troca de conhecimentos, que é um dos objetivos principais. Mas ampliam a visão de mundo dos alunos, pois cada tema é visto de forma mais profunda. Além disso, exploram a criatividade e o desenvolvimento da linguagem oral”, reforça Cristina Detomi.
Talita Camargos | Luana Oliveira
Assessoria de Imprensa - Virgulinas Comunicação
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