Sempre foi, é e deverá ser uma preocupação educativa dos pais saberem com quem andam os seus filhos.
Não tem como os pais tentarem terceirizar a educação dos filhos, pois
educação é algo maior do que simplesmente amar de paixão, orientar,
prover, agradar, ser amigo, perdoar, cuidar, ensinar, divertir, rezar,
garantir a segurança, responsabilizar-se por eles. Educar é preparar
hoje o cidadão do futuro.
Atualmente não é raro encontrar pais que delegam à escola a educação
dos seus filhos. Quando um aluno “apronta” e a escola convoca seus pais
para uma reunião, estes geralmente atribuem a responsabilidade à
escola e cobram dela medidas educativas.
Pela Teoria Psicodramática, criada por Jacob Levi Moreno (1889-1974),
os papéis são complementares ( pai/filho - mãe/filho -
psiquiatra/paciente - motorista/passageiro - professor/aluno - avô/neto
- avó/neto - patrão/empregado - chefe/subordinado - tio/sobrinho) ou
idênticos ( amigo/amigo - colega/colega - irmão/irmão).
A única complementação biológica correta é a complementação
pais-filho(s) e não professor/filho (mesmo que seja filho do professor, o
papel complementar em ação é o professor/aluno) É esta complementação
que a Lei segue e se não houver pai ou mãe, a Lei determina um adulto
ou instituição que possa se responsabilizar por ele, enquanto for
considerado menor ou incapaz.
Para corroborar este fato vem a realidade mostrando que quando um
jovem por qualquer motivo vai à delegacia, ou pronto-socorro, ou
necrotério, nenhum professor, nem diretor, nem motorista jamais foi ou é
chamado. Os chamados são sempre os pais. ...e mais, filhos são para
sempre enquanto para a escola o aluno é um transeunte curricular.
Portanto, não há saídas. A educação na formação de valores cidadãos é
da responsabilidade dos pais. Os pais têm de controlar tudo o que os
filhos recebem, seja o que for: alimentos, conhecimentos, pessoas à sua
volta etc. Quanto mais vulneráveis, mais os filhos devem ser
controlados. Quanto mais responsáveis, maiores autonomias terão. Não se
entrega a direção de um carro pelo simples desejo de um filho querer
dirigir. Assim também os pais têm que saber com quem seus filhos estão
se relacionando - presencial ou virtualmente. Muitos pais fornecem
Internet para seus filhos e autorizam-nos a usá-la livremente. Assim, os
filhos recebem, na intimidade da sua casa, pessoas estranhas que se
fazem conhecidas virtuais na intimidade de suas famílias. Não raro,
estes estranhos ganham mais força que os seus próprios pais e pedem
sigilo para suas ações nem sempre boas, ou melhor, geralmente,
malévolas, pois para as boas não necessitariam de alianças sigilosas. É
assim que pedófilos conseguem seduzir crianças que se escondem dos seus
próprios pais. Eles se mostram muito mais agradáveis, afetivos,
interessados, generosos, dedicados do que os adultos que têm em casa...
Não confundir negligência dos pais com o respeito à individualidade do
filho. Soltar um incapaz no mundo virtual é o mesmo do que soltar uma
criança sozinha numa feira livre, num festival musical, num circo em
dia de apresentação...
Ser pai amigo é negligenciar a educação, negar ser guia, mentor e
responsável pelo filho, pois não há complementaridade saudável no
relacionamento amigo/filho nem pai(mãe)/amigo e se amigo tem amigo,
filho tem que ter pai (mãe).
UOL
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