A equidade entre meninas e meninos na Educação do Brasil ainda é um
desafio a ser solucionado, aponta a publicação "Informe Brasil - Gênero e
Educação", da Ação Educativa. O relatório questiona o entendimento de
setores governamentais e da sociedade civil de que no a equidade de
gênero (entre homens e mulheres) na Educação já foi alcançada.
De acordo com dados do relatório "De Olho nas Metas - 2010",
do Todos Pela Educação, verifica-se que, na Educação Básica, por
exemplo, há desigualdade no acesso à escola entre meninos e meninas. Na
faixa dos 4 aos 17 anos, 92,4% das meninas estão matriculadas, frente
aos 91,6% dos meninos.
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), 2009.
Em síntese, a publicação aponta que os desafios para a equidade de
gênero na Educação do Brasil são seis, e todos interligados:
- A situação de pior desempenho e de maiores obstáculos para
permanência na escola por parte dos meninos brasileiros, em especial,
dos meninos negros.
- A manutenção de uma Educação sexista, homofóbica, racista e discriminatória no ambiente escolar.
- A concentração das mulheres em cursos e carreiras “ditas femininas”,
com menor valorização profissional e limitado reconhecimento social.
- A baixa valorização das profissionais de Educação Básica, que representam quase 90% do total dos profissionais de Educação.
- O acesso desigual à Educação Infantil de qualidade.
- As desigualdades persistentes entre as mulheres brasileiras, de
acordo com a renda, raça e etnia e local de moradia (rural e urbano),
com destaque para a situação das mulheres negras e indígenas.
“O Brasil conquistou avanços importantes nos indicadores educacionais
na última década, mas marcados por profundas desigualdades. Fenômeno
que impacta a situação das mulheres, em prejuízo, sobretudo, das
mulheres negras, indígenas e rurais. É necessário que as políticas
educacionais intervenham de forma mais precisa nessa realidade", afirma
Denise Carreira, coordenadora do estudo. Segundo ela, é preciso também
uma Educação que supere "o sexismo, o racismo e outras discriminações
ainda presentes nas creches, escolas e universidades".
Ao final da obra, é apresentada uma proposta de agenda política em
gênero e Educação contendo treze recomendações, tais como: a
implementação efetiva do Piso Salarial Profissional dos Profissionais de
Educação; dar mais visibilidade às desigualdades de gênero na
Educação; quebrar barreiras enfrentadas pelas mulheres e meninas
negras; promover a melhoria da situação educacional dos meninos jovens e
negros; e estimular as mulheres a ingressarem em área científicas, bem
como os homens nas áreas sociais e de cuidado.
* Com informações da Ação Educativa
bacana. gostei...
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