Filho
de um general de Exército, o novo ministro da Educação, Aloizio
Mercadante (PT), tem longa carreira política e chega ao posto de
sucessor de Fernando Haddad com posições polêmicas no campo
educacional. O ex-deputado e ex-senador defende publicamente, por
exemplo, a extinção do sistema de ciclos, que consiste na aprovação
automática de alunos nas séries iniciais do ensino fundamental, e é
entusiasta da adoção de computadores e tablets por professores em
escolas públicas.
À
frente de uma pasta com um dos maiores orçamentos da Esplanada dos
Ministérios - o Ministério da Educação tem caixa aproximado de R$ 70
bilhões -, Mercadante tem entre os desafios priorizar a educação básica
brasileira e buscar uma solução para o pagamento do piso salarial dos
professores, alvo de contestação no Supremo Tribunal Federal (STF) e
motivo de 17 greves nas redes estaduais de ensino no ano passado. Na
lista de responsabilidades do novo ministro estão ainda melhorar a
gestão do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), que já teve provas
roubadas, vazamento de questões e erro de impressão de cadernos, e
consolidar o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
(Pronatec), que prevê a oferta de 8 milhões de vagas de qualificação
técnica e profissional até 2014.
Nas
eleições de 2010, quando foi derrotado pelo tucano Geraldo Alckmin na
corrida pelo governo de São Paulo, tinha como promessas de campanha
ampliar progressivamente a rede de creches e pré-escolas em horário
integral, implantar a proposta de ensino médio em tempo integral com
cursos profissionalizantes e garantir acesso à internet em banda larga
em todas as escolas públicas estaduais.
Economista,
Aloizio Mercadante teve seu primeiro mandato parlamentar como deputado
federal em 1990. Já foi candidato a vice-prefeito de São Paulo e a
governador do Estado por duas vezes. Petista histórico, chegou a
integrar a chapa de Lula como candidato à vice-presidência da República
nas eleições de 1994.
O
atual ministro da Educação foi um dos redatores, em 2002, do documento
conhecido como Carta ao Povo Brasileiro, que buscava dissipar supostos
temores com a chegada do Partido dos Trabalhadores (PT) ao poder.
Em
2006, foi indiciado pela Polícia Federal no episódio que ficou
conhecido como "escândalo dos aloprados", quando petistas foram presos
supostamente negociando a venda de um dossiê contra o então candidato
tucano ao governo de São Paulo, José Serra. No ano seguinte, o STF
determinou o arquivamento do inquérito contra Mercadante por falta de
provas.
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