EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO
A educação para o trânsito pode ser
definida como uma ação para desenvolver, no ser humano, capacidades de
uso e participação consciente do espaço público, uma vez que, ao
circular, os indivíduos estabelecem relações sociais, compartilham os
espaços e fazem opções de circulação que interferem direta ou
indiretamente na sua qualidade de vida e daqueles com quem convivem
nesse espaço.
Essa
afirmação permite-nos refletir sobre a complexidade de conceitos e
conteúdos que compõem o estudo da circulação e nos permite ainda afirmar
que, fazer educação para o trânsito, vai muito além do estudo das regras, símbolos e convenções estabelecidas no sistema de trânsito.
Assim, fazer educação para o trânsito
passa por discussões sobre: o exercício de cidadania; a mobilidade e
acessibilidade para todos; os papéis assumidos ao circular; o
compartilhamento do espaço; o meio ambiente e a história de cada local.
Tudo isso permite garantir o direito de ir e vir de todo o cidadão. Ao
garantir o acesso a esses conteúdos com aspectos culturais, históricos e
sociais desenvolvidos pela sociedade, a escola cria instrumentos
eficazes para que os alunos se apropriem de conhecimentos relacionados à
circulação e, ao mesmo tempo, cria condições para um acompanhamento
equilibrado do envolvimento do aluno em ações de qualificação da sua
circulação e da comunidade a qual pertence.
Circular
representa o direito de ir e vir de todo o ser humano; na circulação,
temos representados princípios constitucionais de garantia da dignidade
da pessoa humana, igualdade de direitos, possibilidade de participação e
de co-responsabilidade pela vida social. A circulação é a
ação que permite atender a todas as nossas necessidades e interesses e
representa um espaço de encontros, convivência social e exercício de
cidadania.
Durante a circulação fazemos escolhas pautadas em valores como respeito mútuo, responsabilidade, justiça e solidariedade.
Por meio da circulação temos acesso ao trabalho, ao consumo, ao lazer, à educação, o que implica na garantia de uma vida digna e de realização pessoal;
A circulação tem relação direta com o meio ambiente e portanto, com a qualidade de vida e é
caracterizada pelo resultado de um processo histórico representado
pelas ações do ser humano sobre o meio ambiente para atender aos
interesses de
cada
época. É um processo que desde a pré-história envolve desenvolvimento
de tecnologia, formas de uso e ocupação do solo, desenvolvimento
econômico e troca de conhecimentos e mercadorias já que se tornou um
espaço com ambiente construído pelo ser humano, com características que
representam os valores de cada época, e que hoje, dentre os muitos
impactos que apresenta para a qualidade de vida, o maior deles é a perda
de vidas, valor maior e que não pode ser recuperado.
Os
aspectos acima citados e pertinentes à circulação, representam
conteúdos que permeiam várias matérias do currículo escolar como
história, geografia, ciências naturais, meio ambiente e saúde, ao mesmo
tempo em que outros conteúdos da circulação podem ser explicados ou
compreendidos por meio de conceitos matemáticos, da linguagem oral, escrita e das artes.
Desenvolver a Educação Para o Trânsito
no Ensino Fundamental, possibilita explorar o tema e suas variáveis
através dos diferentes campos de conhecimento: compreender sua
complexidade, observar sua urgência social sob a ótica de que as
condições de circulação, para uma grande parte da população, se
apresentam como obstáculos para a construção da cidadania, afrontando a
dignidade das pessoas, impedindo a inclusão social e afetando a
qualidade de vida; analisar sua abrangência que deve ser considerada
nacional, em maior ou menor medida e mesmo de formas diversas, pois é
pertinente a todo o ser humano e, portanto, a todo o País; verificar a
possibilidade de ensino e aprendizagem no ensino fundamental uma vez que
é significativa e contextualizada, estando ao alcance da aprendizagem
dessa etapa de escolaridade; identificar o favorecimento da compreensão
da realidade e da participação social, uma vez que o tema circulação
pode levar os alunos a desenvolver a capacidade de posicionar-se frente a
questões que interferem na vida coletiva, superar indiferenças,
intervir de forma responsável. Assim o desenvolvimento da educação de
trânsito possibilita atingir uma visão ampla e consistente da realidade
brasileira e sua inserção no mundo, além de oportunizar um trabalho
educativo que possibilita e estimula a participação social
(Adaptado do texto de autoria da Pedagoga e Educadora Roberta Mantovani - roberta@vidaemtransito.com )
Conheça o Projeto
EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO. O QUE EU TENHO A VER COM ISSO?
Qual o percurso
realizado pelos seus alunos ou filhos de casa para a escola? Que
transporte utilizam? Você já observou que onde há escola, há um grande
fluxo de pessoas, de veículos e o trânsito se torna congestionado? No
Brasil no ano de 2005, cerca de 2.500 crianças morreram no trânsito,
vitimas de atropelamentos ou de colisões na condição de passageiros. A
primeira causa externa de morte na infância é provocada no trânsito. Uma
grande parte das crianças vai para as escolas em transportes escolares,
seja aluno de escolas públicas ou privadas. Não só as crianças que
utilizam os transportes, sejam escolares ou veículos particulares, como
todos os pedestres, estão sujeitos a grandes riscos de acidentes, pois
tanto na entrada como na saída das escolas, existe um grande fluxo de
veículos e pedestres, colocando em risco a vida das crianças, jovens e
adultos. Hoje, estamos chamando atenção para as crianças que vão para a
escola de transporte escolar, ou melhor, chamando a atenção dos pais ou
responsáveis, para que cuidem da vida das crianças, pois uma grande
parte dos transportes não conduz as crianças dentro da legislação, não
respeita as normas de circulação, não utiliza o cinto de segurança nos
bancos traseiros, e os condutores não praticam a direção defensiva. É
comum observamos transportes escolares trafegando nas ruas e avenidas,
principalmente nos grandes centros, da mesma forma que é comum
observamos crianças penduradas nas janelas, em pé, sem cinto de
segurança e sem o mínimo de segurança. Qualquer
cidadão, seja pai, aluno, professor ou condutor, deve ficar atento as
normatizações, cuidar da segurança, não esquecer que a vida deve ser
preservada. Não esqueça, a criança precisa estar saudável e precisa
estar viva na escola!
Texto extraído do www.blogdotransito.com.br
EDUCAR PARA O TRÂNSITO. UMA URGÊNCIA NA PRESERVAÇÃO DE VIDAS.
Educar
para o trânsito é um compromisso de todos os educadores. Segundo o
Censo Escolar de 2006, temos no Brasil 55,9 milhões de alunos nas
Escolas da Educação Básica e mais de 2,6 milhões de professores atuando
nas escolas de Educação Infantil ao Ensino Superior. Se
todos os educadores sensibilizarem seus alunos quanto a valorização da
vida, educando-os para o trânsito e estes multiplicarem o processo para
seus familiares, teremos atingido e sensibilizado um número
significativo de cidadãos que se preocupam com a prevenção de acidentes e
que serão educados para uma convivência harmoniosa no trânsito. Parece
que esse processo de multiplicar e contagiar as pessoas não seria tão
complicado, pelo contrário, se isso acontecesse em todas as escolas,
talvez já teríamos salvado muitas vidas. Acredito que um dos grandes
objetivos da educação seja a humanização das escolas, dos alunos, no
intuito de promover e valorizar a vida, então por quê as escolas ainda
não priorizam em seus currículos um assunto de tamanha relevância? Dias
atrás na Universidade Técnica da Virgínia nos Estados Unidos, 32 pessoas
morreram assassinadas, um verdadeiro horror, ficamos chocados. Porém,
no mesmo dia, no Brasil, num único acidente com um ônibus na Serra de
Ibiapaba na região de Tianguá, no Ceará, morreram 11 pessoas e 30
ficaram feridas. Os dois acontecimentos acima citados são cruéis, pois
estamos falando de vidas, de perdas, portanto é urgente que as escolas,
os educadores, se mobilizem na tarefa de salvar e preservar vidas.
Texto extraído de www.blogdotransito.com.br
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