por que estudar vale muito a pena?
acesso a um ensino de qualidade, a sociedade como um todo começará a pensar coletivamente e trabalhará para o desenvolvimento do país.” A opinião é do jovem Victor Paolillo, de São Carlos (SP), hoje estudante do segundo ano do curso de Administração na Escola Superior de Propaganda e Marketing de São Paulo.
Victor é um dos integrantes do Geração Atitude, programa do Instituto Votorantim que busca identificar e apoiar jovens com potencial e iniciativa de destaque, estimulando o seu desenvolvimento.
Nesta 5ª feira, data em que se celebra o Dia do Estudante, o Blog Educação presta sua homenagem aos jovens e para isso convidou Victor para um bate papo sobre estudos, aprendizados, sonhos e futuro. Ao longo da entrevista, o jovem estudante de 20 anos fala sobre sua formação escolar, a influência dos professores em suas escolhas, seus projetos e conquistas e o quanto seu interesse por feiras e pesquisas científicas serviu para impulsionar sua trajetória de sucesso.
Confira abaixo a íntegra dessa conversa e veja por que estudar vale muito a pena!
Como começou sua trajetória escolar?
A base de minha trajetória foi em uma escola pequena chamada Arte Nossa, estudei lá desde o maternal até completar 6 anos de idade. Depois, comecei a estudar no Colégio São Carlos, uma escola de freiras, onde minha avó e mãe também estudaram. Passei lá toda minha infância e adolescência, desde a primeira série até o terceiro ano do ensino médio. Devo ao Colégio São Carlos muito da minha formação pessoal, que sempre foi valorizada no ambiente escolar. Acredito que o foco que a escola tinha de formar cidadãos foi um grande diferencial para a mim.
O que te motivou a querer participar de feiras de ciências?
Quando era mais novo, participava de aulas de aprofundamento em ciências, o que me fez começar a gostar de aprender mais. Participei também de olimpíadas de física e astronomia. Com isso, percebi que aprender ciências cedo poderia ser um diferencial, além de achar os temas interessantes e relevantes.
Recebi então um convite para participar de uma conferência na Alemanha, e para desenvolver meu primeiro projeto científico necessário para a inscrição consegui uma parceria entre a EMBRAPA e a USP. Fui aprovado na seleção e participei do meu primeiro evento científico, foi aí que comecei a conhecer o universo das feiras de ciências, conferências e demais eventos similares.
Durante o ensino médio desenvolvi 3 projetos de pesquisa e um projeto adicional que compilou os resultados de dois deles.
De que forma essa participação contribuiu para o seu desenvolvimento e formação?
Devo a esse envolvimento com as ciências praticamente todas minhas conquistas acadêmicas pós ensino médio. As pesquisas científicas que desenvolvi desde cedo e a participação em feiras de ciência foi certamente um fator a mais para ser selecionado tanto no Programa Geração Atitude do Instituto Votorantim, quanto no Programa de Bolsas de Estudo da Fundação Estudar. Até mesmo meu atual estágio está ligado a essa história, uma vez que trabalho na área de ‘’Parcerias e Prêmios’’, que busca incentivar alunos do ensino médio com alto potencial nas áreas exatas.
Você já participou de competições e prêmios nesta área. Quais foram suas conquistas, onde aconteceram e em que período?
De 2006 a 2009 participei de duas feiras brasileiras e sete internacionais em países como Alemanha, Estados Unidos, Rússia, Espanha, Dinamarca e Turquia, conquistando boas colocações em grande parte delas. Destaco as duas nacionais: a Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (FEBRACE) e Mostra Internacional de Ciências e Tecnologia (MOSTRATEC) nas quais obtive o 1º lugar na área de Ciências Biológicas. Vale mencionar, ainda, o 4º lugar em Ciências Ambientais alcançado na INTEL International Science and Engineering Fair (a maior feira de ciências do mundo).
Que aprendizados você tirou dessas experiências?
Em uma frase resumiria: nada é impossível e o mundo está logo ali. Nasci em uma cidade de interior, tenho recursos financeiros limitados, mas mesmo assim, pude conhecer vários lugares do mundo pelo fato de estar fazendo ciências – e isso vale inclusive para quem já está na universidade.
Durante esses anos, tive oportunidades de amadurecer mais rápido, ter responsabilidades como representar meu país, e atingir resultados.
Você teve ou tem algum professor que foi determinante nas suas escolhas?
Para falar a verdade, tive vários. Sempre fui conhecido como o ‘’puxa-saco’’ pelos meus amigos, mas isso acontecia porque valorizo muito o conhecimento dos meus professores. No final das contas, eles ainda podem virar bons amigos, como é o caso de alguns professores que tive ao longo da vida. Mas posso dizer que os principais determinantes foram meu professor de História do E.M., Adilson D’lantonia Júnior e meu orientador de projeto, Evaldo Espíndola, professor da USP São Carlos. Ambos foram essenciais, pois têm um diferencial: são os que mais me ensinaram e prepararam para a vida. Além de grandes profissionais em suas áreas, eles conseguiam auxiliar muito em minha formação pessoal, sendo exemplos a seguir.
De que forma o programa Geração Atitude, do Instituto Votorantim, influenciou suas escolhas de vida e profissionais?
De maneira contundente posso dizer. O Programa Geração Atitude foi o principal suporte para entender mais sobre o que eu buscava e o que gostaria de atingir no futuro. Por meio de uma orientação focada no futuro, recebi subsídios para o desenvolvimento de habilidades pessoais, bem como o autoconhecimento e a orientação profissional. Acabei descobrindo coisas interessantes sobre possibilidades de formação acadêmica e maneiras diferenciadas de atuar no mercado profissional. Posso dizer que este programa foi fundamental para as decisões que tomei após a conclusão do ensino médio.
Por que você optou pelo curso de Administração como graduação?
Essa escolha pode parecer totalmente diferente da área de pesquisa científica inicial, entretanto, notei que em Administração as possibilidades de contribuir com a sociedade seriam mais amplas de acordo com meu perfil e habilidades pessoais. Percebi que tudo é mais difícil para os cientistas, pois na maioria das vezes eles são dependentes de dinheiro público e privado. Bolsas, investimentos e programas especiais, custeados muitas vezes por empresas. Pensando nisso, a conclusão foi: Por que não ser a pessoa que cria ou apoia os projetos científicos e educacionais? Se meu perfil é esse, posso contribuir mais efetivamente para a sociedade.
Como você pretende aplicar esses conhecimentos? Você acredita que com isso possa contribuir para a educação de outros jovens e/ou para o desenvolvimento do país?
Certamente. Na Fundação Estudar, onde faço estágio atualmente, estamos trabalhando para aumentar nosso impacto na vida dos jovens. Por isso, estou auxiliando na estruturação da área de “Parcerias e Prêmios”, que visa apoiar de maneira diferenciada jovens com alto potencial na área de exatas, que por sua vez não é tão desenvolvida no Brasil. Espero contribuir com a formação de alunos e o desenvolvimento social do país.
Que projetos você participa e desenvolve atualmente?
Trabalho com um grupo de amigos, que conheci em feiras de ciências, na criação de uma associação de apoio a jovens cientistas. Nosso principal ideal é desenvolver uma rede de relacionamentos e oportunidades entre esses jovens, bem como oferecer suporte para sua formação acadêmica e pessoal.
Por meio desses projetos que você integra, você busca estimular o interesse de outros jovens por iniciativas semelhantes?
Essa é a principal ideia. Sozinho, não há como mudar todo país. No entanto, se houver o incentivo de outros grupos de jovens e a multiplicação de valores ligados à educação e boa formação acadêmica, é possível tornar-se um transformador.
Você acredita no valor da educação como caminho para o seu desenvolvimento pessoal e da sociedade?
Esse valor, na minha opinião, é o único caminho para atingir o que chamamos de “bem estar social”. A partir do momento que todas as pessoas tiverem acesso a uma boa educação, a sociedade como um todo começará a pensar coletivamente e trabalhará para o desenvolvimento do país. Se todas as pessoas tivessem as mesmas oportunidades de desenvolvimento, acredito que teríamos uma maior justiça social. O Brasil tem uma população enorme e esse é um grande trabalho, mas nações como a Coréia do Sul deveriam ser tomadas como exemplos de transformação – um país que em 10 anos de investimento pesado em educação mudou sua realidade social para um alto nível desenvolvimento.
Analisando tudo isso que você nos contou, o que diria para os estudantes de hoje?
Estudem, trabalhem e acreditem que tudo pode estar ao seu alcance. Mesmo tornando-se um ‘’chavão’’, acredito que a filosofia do ‘’sonho grande’’ é a principal fonte de motivação para que façamos coisas incríveis. Tenham sempre uma visão de médio e longo prazo para sua formação e atuação profissional, mas mantenham foco no trabalho e resultados de curto prazo. Nunca mudem seus valores, nem se corrompam por ‘’atalhos’’ em suas vidas. O principal diferencial de pessoas que são realmente bem sucedidas são: trabalho duro, ética e grandes sonhos à frente.
Por Equipe Blog Educação
Nenhum comentário:
Postar um comentário