A divulgação dos resultados do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) por escola será modificada. As notas serão divulgadas a partir do número de estudantes de cada instituição inscritos na avaliação para evitar que sejam criados rankings com o desempenho dos colégios. Malvina Tuttman, presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), anunciou a proposta em um debate promovido pelo Canal Futura nesta quinta-feira, em São Paulo. Segundo ela, a mudança só deve ocorrer em 2012.

Malvina ressaltou que o Inep não concorda com rankings, que são utilizados, muitas vezes, apenas como propaganda pelas escolas. Para ela, o importante é que os resultados do exame sirvam como instrumento de avaliação do próprio trabalho e do perfil de formação dos alunos. Os detalhes das novas regras deverão ser conhecidos em setembro, quando os boletins de desempenho das escolas no Enem 2010 serão divulgados também. A proposta já foi apresentada ao ministro da Educação, Fernando Haddad.

A presidente do Inep também ressaltou que a experiência das universidades brasileiras em processos de seleção não será aproveitada apenas na elaboração de itens. Este ano, elas foram convidadas a elaborar questões para alimentar um grande banco de itens para o Enem. O consórcio contratado para aplicar o exame – o Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília (UnB) e a Cesgranrio – foi orientado a utilizar na fiscalização da aplicação das provas fiscais com experiência , que tenham participado de diversas aplicações em diferentes instituições.

O Inep promete fazer um treinamento forte com eles para evitar falhas de comunicação como as ocorridas no ano passado, quando aplicadores deram informações erradas aos candidatos e houve erros na garantia de segurança da prova.

Vistas dos candidatos

A partir do ano que vem, os candidatos que fizerem o Enem também poderão visualizar a correção das redações e dos cartões de respostas que preencheram. De acordo com a presidente do Inep, as regras para o novo sistema estão sendo definidas, que funcionará pela internet. A mudança no exame – que não permitia vistas pelos candidatos à correção – faz parte de um acordo feito entre o Inep e o Ministério Público. Os estudantes, entretanto, não poderão apresentar recursos à correção.

Malvina não comentou a decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) de suspender o pagamento de R$ 372,4 milhões ao consórcio responsável pela aplicação do Enem. O tribunal quer explicações sobre o aumento de 190% em relação ao contrato anterior, que também foi feito por dispensa de licitação. O valor seria o “teto estimado” para custeio da aplicação da edição de 2011, cujas provas serão aplicadas nos dias 22 e 23 de outubro, e da edição do primeiro semestre de 2012, prevista para os dias 28 e 29 de abril.