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Bom mesmo é ir a luta com determinação, abraçar a vida com paixão, perder com classe e vencer com ousadia. Pois o triunfo pertence a quem se atreve... A vida é "muito" para ser insignificante". (Charles Chaplin)


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“.... e aprendi que se depende sempre de tanta, muita, diferente gente. Toda pessoa sempre é as marcas das lições diárias de outras tantas pessoas. E é tão bonito quando a gente entende que a gente é tanta gente onde quer que a gente vá. E tão bonito quando a gente sente que nunca está sozinho por mais que pense estar ....”

(Gonzaguinha)

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quinta-feira, 14 de abril de 2011

EDUCAÇÃO : ZONA DE CONFLITO



Essa semana um aluno de uma turma do curso integrado de informática do IFRN me perguntou sorrindo, logo quando eu pus os pés em sala para uma aula sobre a poesia de Homero.
“E aí professor? Tá com medo de dar aula?”.
Do tempo em que eu era aluno, no Centro Educacional Maristela (uma escola católica de Natal) até hoje, muita coisa mudou nas salas de aulas brasileiras. Não falo apenas em questões pedagógicas, em inovações tecnológicas, novas metodologias e teorias sobre o papel do professor. Falo de um processo que vem se construindo há um bom tempo, no resíduo do fim dos governos militares, que usaram a escola como uma ferramenta de formatação ideológica e doutrinaria a serviço do regime.
O professor, que em algum momento do século passado ocupava, junto com o padre, o policial e o juiz de um status de autoridade moral quase consensual na sociedade brasileira, aos poucos foi perdendo o seu espaço e a sua capacidade de reagir às demandas sociais que invadiram seu mundo.
Lembro que quando entrei em uma sala de aula pela primeira vez em 1994, em uma escola da periferia de Natal, recebi um alerta para não “criar problemas” com alguns alunos. Um deles, inclusive, havia “quebrado os dentes” de um professor em uma briga por causa de uma nota. Depois de duas semanas de experiência docente, entreguei o cargo. Para um cara de vinte anos, estudante do curso de psicologia da UFRN, mais interessado em poesia do que em jiu jitsu não parecia muito promissor um futuro como professor.
O que ocorre nas salas de aula do Brasil não é apenas um sintoma intrínseco da escola. É comum ouvirmos, de alguns teóricos da educação, a ideia de que a escola “não se adaptou aos novos tempos” como se a escola pudesse permanecer imune, fechada, isolada do contexto social que a pariu.  Quando, no tempo do meu pai, os professores eram temidos pela sua autoridade social e pelo seu autoritarismo pedagógico, cujo maior signo era o pá pá pá ritmado das palmatórias, a sociedade brasileira era também marcada por personagens que sintetizavam a autoridade: o policial, o juiz, o padre, o professor.
A desconstrução da figura do professor não se deu de uma hora para outra nem foi produzida apenas por uma decisão teórica de alguns pedagogos que de dentro das universidades, instigados por leituras enviesadas de Foucault, pensavam em abolir os instrumentos de controle social representados pelos prostíbulos, prisões, manicômios e, porque não, escolas.
A escola, em muitos casos, perdeu o significado social e se tornou um espaço de violência e de degradação, não por suas contradições internas. Não foi o professor que não conseguiu se adaptar os novos tempos. Foi sim, a crise desses novos tempos, ainda informes, ainda obscuros, que arrastou consigo a figura do professor. Sem o suporte social que lhe dava autoridade para transformar sua sala de aula em uma zona de domínio e de segurança, o professor, com seus alunos, está, em muitos casos, sozinho. A mercê da doença social da violência, das demandas amorais do mercado, da culpa pedagógica pela sua própria incapacidade em se entender como parte de uma histeria coletiva que não foi trazida por ele para dentro de sua sala, para o meio dos corredores da sua escola, mas que, mesmo assim, decompõe lentamente sua saúde. Hoje, a escola é uma zona de conflito. Uma fronteira social onde as misérias do mundo se expõem de modo intenso, violento.
Não vivemos um tempo luminoso. É incoerente exigir que uma sala de aula não seja também um estranho espelho, que reflita as sombras sinistras desse tempo.

  PROFESSOR PABLO CAPISTRANO

Um comentário:

  1. Olá professora Lenise! Fiquei super feliz em conhecer o seu espaço, parabéns! São poucos os educadores, principalmente na nossa região, que se disponibilizam em atualizar e dispor de informações tão relevantes. Agradeço pela sua visita ao meu espaço e por me seguir. Espero encontrar-te um dia, para trocarmos ideias. Um grande abraço! - www.ivanilson.com

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