A curiosidade instiga a imaginação a ponto de provocar uma tremenda inquietude. Ela é capaz de conduzir a mente àquela idéia fixa de descobrir o que ainda se encontra no estado de desconhecido e que tanto atrai a atenção e o interesse. Desde sempre, por causa de curiosidade, o corpo aprende a utilizar o máximo dos sentidos, desviando olhares, aproximando-se aos sons, aprimorando o paladar e olfato, enfim, desenvolvendo até um sexto sentido. Um curioso só precisa se deparar com algo desconhecido ou misterioso para que brote a vontade de descobrir. Se for algo polêmico ou proibido aí parece se tornar mais instigante ainda. Pouco importa se a descoberta for ou não aproveitável, o curioso fica sempre disposto a “curiar” e a descobrir o omitido. A história bíblica, inclusive, ensina que o pecado entrou no mundo por causa da curiosidade dos dois primeiros seres humanos. E quem não é ou já ficou curioso? Nem a vida particular dos outros costuma escapar à curiosidade humana. Tantas coisas já despertaram o interesse da descoberta, e com isso, muitas coisas obscuras ficaram esclarecidas. Numa dessas eventuais curiosidades inquietantes é que o homem conseguiu desvendar coisas úteis e importantes. Cada um, a sua maneira, sabe “curiar”: uns perguntam, outros investigam ou observam silenciosamente, mas no final das contas, sempre buscam as informações necessárias para desvendar os mistérios que o cercam. E na sala de aula? Professor e aluno costumam causar curiosidade um no outro? Certamente, ambos possuem informações instigantes a serem descobertas e que devem ser aproveitadas no processo de ensino-aprendizagem. Todo estudo é um ato de curiosidade. A própria situação de aprendiz coloca o aluno na posição do curioso que precisa estudar, investigar e examinar tudo aquilo que, supostamente, o professor conhece e vai lhe revelar ao decorrer do curso. O professor, por sua vez, precisa ser “esperto” para utilizar isso a favor do processo de ensino-aprendizagem, instigando cada vez mais a curiosidade deste aluno. O mais interessante é quando o professor aponta um caminho, permitindo que o aluno utilize sua curiosidade em seus estudos, desvendando aquilo que precisa ser esclarecido. O professor precisa ser o mediador, o facilitador das descobertas, sem que apresente “tudo pronto”, ao contrário, o segredo é problematizar e gerar interesse no aluno. Para tanto, é indispensável que o professor certifique-se de que o aluno irá em busca daquilo que ele próprio precisa aprender. A chave para abrir a porta dessa curiosidade pode ser a apresentação dos conteúdos.